Paciência: uma Virtude Cristã

Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor (v.7). Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo (v.11). Tg. 5.7-11.

Henrique de Souza Ribeiro

7/3/20243 min read

Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor (v.7). Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo (v.11). Tg. 5.7-11.

Tiago, o autor dessa epístola, escreve aos cristãos que haviam sofrido perseguições. Ele os encorajou a permanecerem firmes na fé, mesmo passando por várias provações, uma vez que, a provação da fé, produz perseverança (Tg. 1.3). A perseverança demonstra obediência a Deus, tendo em vista que as provações foram designadas por Ele para um propósito específico e que, portanto, não deve resultar em rebeldia por parte do cristão, mas, sim, produzir um amadurecimento do caráter cristão.

Desta forma, “devemos nos gloriar nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5.3-5). Conforme visto no artigo anterior, “Eterno Peso de Glória”, a esperança cristã é estar com Cristo na glória. Essa alegria de estar com Cristo na glória é acima de toda comparação. Por isso, Paulo afirma que qualquer tribulação nessa vida é leve e momentânea, se comparada ao eterno peso de glória (2 Co. 4.17). Essa esperança é âncora para a alma, segura e firme (Hb. 6.19). O caminho descrito por Paulo para alcançarmos a esperança (tribulação, perseverança, experiência) não foi proposto por Deus para confusão, mas para produzir em nós a fé de que Ele está no controle de tudo, “eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel, diz o Senhor” (Jr. 18.6).

Tão certo de que Deus não nos abandonará nas tribulações, é que Ele prova o seu amor por nós outorgando o Espírito Santo para habitar em nossos corações. Portanto, a melhor conclusão para as tribulações é que, verdadeiramente, são para o amadurecimento do caráter cristão, pois quando passamos por elas com fé nos assemelhamos a Jesus e recebemos o reconhecimento de Deus; como disse o apóstolo Paulo: “somos entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal” (2 Co.4.11).

Voltando ao texto base, Tiago cita outra virtude que o cristão deve desenvolver: a paciência. Os santos devem exercitar a paciência enquanto aguardam a prometida vindicação de Deus do seu povo (Bíblia de Estudo de Genebra).

Jó recebe a vocação de permanecer leal a Deus mesmo quando tudo lhe é tirado e o sofrimento se torna uma porção diária. Fará Jó conforme a predição de Satanás e amaldiçoará Deus face a face? Se Jó permanecer fiel, Deus, através de Jó, mostrará que Satanás é um mentiroso.

Jó, erradamente, começa a aliar o sofrimento como uma punição dos seus pecados. Embora, em alguns casos, o sofrimento seja resultado direto do pecado (Gl. 6.7-8), este não era o caso de Jó. Ele, mais tarde, se arrependeu. Mas como compreender como uma pessoa piedosa deveria sofrer tanto enquanto os ímpios desfrutam de prosperidade e saúde (Jó 12.6)?

Mas, depois, Deus se revela como amigo de Jó. E ele reconhece que Deus é e continua sendo seu amigo. Quando seus olhos viram o Senhor e ele se arrepende no pó e na cinza, então Jó veio a compreender que Deus em seu trono é soberano e recompensa aqueles que lhe pertencem, apesar dos tempos de aperto e dor. Então, compreendemos que Jó sofreu não porque era um dos piores dentre os homens, mas porque era um dos melhores, e que a sua provação veio a glorificar a Deus.

Assim como na parábola do juiz iniquo (Lc.18.1-8), é certo que Deus fará justiça aos seus escolhidos que a Ele clamam dia e noite, embora pareça demorado. No tempo certo, ou seja, no tempo de Deus, lhes fará justiça. Agora, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?

Devemos descansar no Senhor e esperar nEle (Sl. 37.7). A enfermidade não é para a morte e sim para a gloria de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado (Jo. 11.4). As tribulações são para que a passemos com fé, para o amadurecimento do caráter cristão em nossa vida.

Portanto, irmão(ã), persevere até o fim.