Bem-Aventurado: Um Estado Aprovado por Deus
"Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados..." (Mt. 5.1.12)
Henrique de Souza Ribeiro
5/28/20243 min read


"Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados..." (Mt. 5.1.12)
O que é a felicidade?
É um lugar? Um lugar que você possa ir e ser feliz? Que lugar é esse? Mas até quando dura a felicidade nesse lugar? É eterna ou até o dia da passagem de volta?
É um objeto? Um objeto que você possa manusear e ser feliz? Que objeto é esse? Mas até quando dura a felicidade com esse objeto? É eterna ou até o vencimento da primeira parcela e você percebe que ainda faltam 59 prestações?
É uma conquista? A aprovação no vestibular de engenharia em uma universidade federal? Mas até quando dura a felicidade com essa conquista? É eterna ou até o resultado da primeira prova de cálculo?
Nessa análise é possível concluir que a felicidade é algo momentâneo. Ninguém vive feliz a vida toda.
O filme “À Procura da Felicidade”, interpretado por Will Smith, conta a história real de Chris Gardner, um homem casado, pai de um menino de 5 anos, que decidiu investir todas as suas economias em aparelhos de escâner ósseo. Com o avanço da tecnologia, os aparelhos ficaram defasados e as vendas diminuem. Chris passa por um momento financeiro difícil, fim do casamento, passa a morar de aluguel, não paga, é despejado, dorme uma noite junto com o seu filho no banheiro do metrô, depois passa a dormir as noites em abrigos.
Em determinado momento do filme ele se lembra da Declaração de Independência dos EUA. Thomas Jeferson instituiu que todo cidadão norte-americano tem direito à vida, à liberdade e de buscar a felicidade. Mesmo que, talvez, nunca venha a encontra-la, todo americano tem o direito de busca-la. Thomas Jeferson declarou os ingleses como “desordeiros da harmonia americana”. Após seis meses em um estágio não remunerado, concorrendo a uma única vaga de corretor de ações, Chris Gardner é convocado à sala da Diretoria para ser comunicado da sua aprovação. Emocionado, sai do prédio da corretora, e narra: “essa parte, essa pequena parte da minha vida, chama-se: felicidade”. Ele havia alcançado aquilo que buscava: uma mudança de vida, uma oportunidade de dar uma vida melhor para o seu filho.
Felicidade é algo que se busca, mesmo sabendo que talvez não vá encontra-la, mas, ao encontra-la, viverá algo momentâneo até alguma coisa causar desordem à sua harmonia.
Toda essa introdução a respeito da felicidade é para afirmar que, de forma alguma, podemos substituir o termo bem-aventurado por feliz. Bem-aventurado é muito mais que um estado emocional momentâneo representado pela palavra feliz, é um bem-estar espiritual permanente baseado na aprovação de Deus. Ser bem-aventurado traz paz ao coração, conforta a nossa alma, e, ainda, que começa no presente e permanece até a eternidade.
Voltando ao texto, Jesus estava iniciando o seu ministério terreno e, naquele momento, grandes multidões o seguiam. Fazendo um paralelo com a observação de Thomas Jeferson, aquelas multidões talvez fossem a desordem à harmonia. Não que Jesus evitasse as multidões. Sim, Ele veio buscar e salvar os perdidos (Lc. 19.10). Mas, naquele momento havia algo mais importante. Ele precisava se retirar e ter um momento a sós com os seus principais, os seus discípulos. Jesus precisava ensinar-lhes aquilo que era o código de ética do seu ministério, o padrão de vida cristão, o bem-estar espiritual aprovado por Deus. Os discípulos, que continuariam o ministério de Jesus, deveriam compreender que a verdadeira felicidade não estava nas conquistas de bem materiais e aprovação de homens, mas, sim, em um coração voltado para Deus, em uma vida de esperança e alegria em Cristo Jesus.
O Sermão do Monte é “um poder transformador que capacita os crentes a viverem de acordo com a ética do reino de Deus”.
Jesus destaca que os bem-aventurados são os humildes de espírito, aqueles que reconhecem as suas necessidades, a própria deficiência e a dependência de Deus. Destaca aqueles que choram por causa do pecado, do mal e da humanidade caída que não é capaz de glorificar a Deus. Destaca os mansos em sua postura de humildade e submissão a Deus. São aqueles que entregaram o seu caminho ao Senhor e confiam nele, mesmo diante de dificuldades na vida, descansam no Senhor e esperam nEle.
No final, Jesus destaca que aqueles que escolhem viver segundo os padrões éticos da soberania do reinado de Deus serão injuriados e perseguidos, mas aqueles que permanecerem fiéis alcançarão a recompensa: o galardão nos céus. As bem-aventuranças constituem, portanto, um modo de vida que nos torna parecidos com Jesus.
